12 de abril de 2011
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Japão, por Monja Coen

Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês:    kokoro.

Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.

Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar a serviço e à disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?

Outra palavra gaman: aguentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e supera-las.

Assim, os eventos de 11 de março no Nordeste japonês surpreenderam o mundo de duas maneiras.

A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.

A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.

Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.

Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.

Não furaram as filas para assistência médica? Quantas pessoas necessitando de remédios perdidos- mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda-pés singelos, com pouquíssima água.

Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.

Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques.
Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão

Sumimasen é  outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença
Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver.
Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelas minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.

Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.

O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós cada uma de nós é o todo manifesto.

Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas
encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias,
helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.

Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a no磯 bem estabelecida de que somos um sé povo e um só país.

Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que
não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.

Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.

Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.

Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva reconstrução.

Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março

Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.

Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E posso dizer: todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a
respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.

Mãos em prece (gassho)

Monja Coen

30 de dezembro de 2010
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Conto de ano novo: Quero meus direitos de volta!

Enquanto olhamos para fora, para a crítica da mídia, do sistema, do planeta, do isso e do aquilo, quem sabe, não estejamos, antes de tudo, mascarando os direitos mais profundos e internos de nossa própria vida, aquilo sobre o que podemos decidir sobre nós mesmos, antes de decidirmos sobre o que existe fora de nós.

Não sou contra a luta social, muito pelo contrário. Na juventude fiz passeatas, participei de greves, vesti camisas, me arrisquei a perder o emprego, mas não deixei por menos: fiz. Não me arrependo, era a hora de fazer e até me orgulho disso.

Mas há direitos que não podemos deixar de resgatar se os perdemos… e isso acontece com uma indescritível freqüência, um direito que nos foi dado, quando viemos ao mundo. Na maioria das vezes, o perdemos no bulício do cotidiano, da juventude, do trabalho, dos vieses da vida. Deixamos de lado a voz de nosso coração, somos racionais, práticos demais… ou somos excessivamente emocionais, apaixonados, impulsivos. Tudo certo. Tudo válido. Mas, muitas vezes, acabamos perdendo nosso rumo interior, na medida descompassada da mente e do coração.

Sempre tivemos os mais importantes dos direitos: os direitos que asseguram nosso livre arbítrio. Mas, quase sempre, nos esquecemos de que eles existem com a finalidade única e imprescindível de nos tornarmos aptos a lutar por nossa saudável felicidade.

O que me faz escrever isso hoje é uma soma incalculável de mostras de tanta infelicidade a minha volta, tanta dor, às vezes, tanto sofrimento interior. Também das minhas dores, não me excluo disso. Mas talvez esteja mais consciente agora do que antes.

E é por isso mesmo que faço um convite, por que não? Não há nada a perder, pelo contrário!

Se as coisas não andam como você deseja, que tal fazer uma passeata interior, entrar em greve de “vida” e gritar para você mesmo ou mesma:

QUERO MEUS DIREITOS DE VOLTA!

O melhor da história é que eles estão ao seu alcance, é só você se dar conta disso… e tomar as atitudes corretas. Quem sabe, sua vida dê uma reviravolta saudável a partir daí e, se você não está bem, é hora de começar a escrever o seu novo conto, seu verdadeiro conto de vida.

Muitas vezes, a mudança nem se dá no cotidiano exterior. O mais importante é o que vai na sua alma. Outras vezes, a mudança é mesmo total e muda tudo: o de fora para mudar o de dentro. Foi assim que aconteceu comigo. Mas não importa qual seja o seu caminho. Você veio com o direito de ser feliz. O problema é saber encontrar como… e… quem sabe, é bem mais fácil do que você imagina. Simplifique. A grande e maior sabedoria é tão simples que, muitas vezes, não conseguimos alcançá-la!… Não se iluda, ouça sua voz interior. Seja fiel a ela. É uma boa pista. Talvez a melhor.

Tente. Quem sabe a felicidade esteja a sua porta, na porta interior de sua alma. Ninguém usurpa os direitos de alma de ninguém. Se não os tem, ou melhor, se não os percebe vivos, faço este convite, de amiga, de mãe, de irmã, de alguém que te quer ver feliz porque também lutou por preservar a própria felicidade.

Lute por você: tenha seus direitos de volta!

Lutar por eles foi, um dia, o mais importante e verdadeiro conto da minha vida.

31 de julho de 2010
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Poderia o Reiki ser descrito cientificamente?

Eulalia Fernandes

“Se perguntarmos a um físico por que um sapo pula, ele não saberá responder. Mas se lhe dissermos como se constitui um sapo, como são suas moléculas, como se posicionam seus nervos, etc, ele terá base para resolver a questão” (Feynman, 1999, 110). Do mesmo modo, para que possamos descrever as características e o funcionamento do Reiki, é necessário que as questões propostas possam ser colocadas de uma forma que permita ao reikiano ter subsídios de pesquisa partindo do seu campo de atuação. Os dados são específicos a seu campo de saber e, na maioria das vezes, não são tão “objetivos” como determina o cartesianismo acadêmico, mas isso não quer dizer que a metodologia de análise não possa ser científica. Afinal, quantos campos de saber não conhecidos ou reconhecidos em sua época foram condenados como desclassificáveis, no decorrer da história da humanidade, até que os homens os aceitassem como plausíveis e factíveis?

Mas o que geralmente se propõe a um reikiano são perguntas como: “o Reiki cura câncer?”. Assim como seria impossível propor a um físico responder simplesmente por que um sapo pula, é impossível pedir a um reikiano que responda a esta questão. Isto porque as propostas de análise do terapeuta reikiano não estão voltadas ao campo da doença, campo que não lhe cabe dominar, a não ser que, além de reikiano, seja também um médico. Como terapeuta holístico, que é o que caracteriza o status funcional de um reikiano, não está prescrita a possibilidade de responder ao domínio de um campo que não lhe pertence, assim como ao físico não cabe responder a perguntas, se não lhe derem os dados necessários à resolução das questões que lhe são propostas. Se, no entanto, a questão for colocada dando-lhe subsídios para perceber, analisar e entender a causas de desequilíbrios energéticos de uma pessoa da qual a medicina tradicional tem um diagnostico de câncer, então, sim, ele terá condições para supor as causas de desequilíbrios (geralmente baseadas em emoções negativas, como a mágoa, o sentimento de perda, a rejeição, o abandono, a tristeza profunda e outros padrões emocionais) que provocam o adensamento energético de tal desequilíbrio no nível físico. Baseado nisso – porque este é o seu campo de saber -, poderá, então, supor o quanto de empenho no  restabelecimento dos centros energéticos é necessário, bem como que tipos de energia poderiam ser propícios para a recomposição desses campos energéticos, embora não lhe caiba assegurar a recomposição deste reequilíbrio nem, evidentemente, o restabelecimento da saúde. As razões desta suposição estão pautadas nas descrições de como um terapeuta holístico atua e quais as funções que lhe cabem analisar. Isso não quer dizer que ele esteja empenhado em enveredar-se pelo campo da medicina. Muito pelo contrário: não lhe cabem estas incursões, do mesmo modo que não cabe ao físico explicar por que o sapo pula. Assim, a não ser que dêem ao físico ou ao reikiano subsídios próprios a seus campos de saber, estas questões não podem ser analisadas ou resolvidas. Em outros termos, um reikiano voltado a estudos e pesquisas estará empenhado em resolver as questões que lhe são colocadas em sua linguagem específica e pautadas não apenas em seus conhecimentos, mas, principalmente, na visão que lhe é permitida à análise do mundo que o cerca.

No entanto, o que estabelece a diferença entre a aceitação da descrição do físico e da descrição do terapeuta reikiano  é que , de modo geral, os leitores que analisam uma resposta de um físico prontamente a reconhecem como válida, apenas pelo status a ele conferido pela sociedade científica. Uma resposta de um terapeuta reikiano, ainda que pautada em análises objetivas e consistentes de descrição de casos terapêuticos, dificilmente é aceita como resposta plausível, mesmo que os resultados de sua atuação e suas pesquisas em nada desmereçam os critérios metodológicos utilizados para o alcance de suas metas e mesmo que suas descrições em muito se assemelhem às de um físico, que só descreve “por que um sapo pula”, se estiver em consonância com a adequação dos dados que lhe são fornecidos.

Por que será que isto se dá desta forma?

O que posso supor é que, se um reikiano diz que não pode responder a perguntas como a que foi citada acima, sua terapia quase sempre é criticada como algo que, então, nada acrescenta a qualquer tratamento, mesmo quando se coloca como terapia complementar (que é o que caracteriza a terapia holística).  Respostas evasivas são permitidas à medicina:  “não podemos dizer mais nada a respeito desse caso; fizemos o que estava a nosso alcance”. Mas se uma resposta a este nível é dada pela terapia holística, como por exemplo: “cabe-nos trabalhar a energia que provoca este estado de desequilíbrio e cabe ao receptor trabalhar esta energia e metabolizá-la a seu favor”, somos imediatamente condenados como pessoas que se pautam em respostas consideradas vazias, pois, “Afinal, então, para que servem essas terapias?” ou “Por que você perde tempo e dinheiro com isso? Nada pode ser provado em torno desse tipo de tratamento…”

O trabalho terapêutico do reikiano, bem como a do terapeuta holístico, em geral, volta-se para a reconquista de um equilíbrio perdido ou para a manutenção deste equilíbrio e não poderá prescindir da real predisposição da pessoa afetada para a reconquista da sua saúde, ou seja, trabalhar as energias que geraram esse desequilíbrio. Neste sentido, as energias terapêuticas do Reiki são bastante propícias para ajudar a trabalhar os corpos físico, emocional e mental, como veremos em outros artigos. 

O que importa ressaltar, aqui, é que não cabe ao reikiano simplesmente responder se “o câncer tem cura” porque uma resposta direta, nesse sentido, foge a seu campo de saber. Estas questões se baseiam em causas que apresentam inúmeras variáveis, tal como acontece com a maioria das ciências. E, como ocorre com os cientistas que procuram por suas respostas, o reikiano também vê, em cada caso, um universo de pesquisa e não uma fórmula mística a ser respondida indiferenciadamente.

De qualquer forma, a descrição dos fenômenos científicos, muitas vezes, tolera respostas evasivas, pois o que verificamos é que, na descrição desses fenômenos (destaco a Física, por exemplo), os experimentos seguem uma “belíssima” linha de raciocínio, num padrão que a linguagem científica atual está habituada a aceitar.

É comum aos físicos, portanto, dizerem, com freqüência, que uma questão qualquer, em análise, talvez não apresente uma resposta verdadeira, pois, afinal, a “natureza não tem de concordar com o nosso raciocínio” (Feynmam, 1999, 124). Alguns dos pressupostos podem estar errados ou é possível que se tenha cometido um erro de raciocínio, de modo que é sempre necessário verificar. 

 Tal tolerância, no entanto, de modo geral, não é concedida a uma descrição terapêutica reikiana, pelo simples fato de que é comum não aceitar que um reikiano também seja capaz de usar metodologia científica para descrever seus dados. O problema se dá, portanto, não apenas porque seus dados, quase sempre, fogem a um conhecimento tradicionalmente científico, mas porque dificilmente, a sociedade científica está disposta a reconhecer, a priori, que isto também pode ser feito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FEYNMAN, R. P. Física em seis lições. Rio de Janeiro, Ediouro, 1999.

20 de junho de 2010
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Sobre a terapia holística – introdução

 

Eulalia Fernandes

O pensamento ocidental, voltado para a interpretação do ser humano, contemplou essencialmente uma visão baseada no racionalismo, segundo a qual tratar da saúde e da qualidade de vida representava saber “decodificar a máquina humana” em seus mais variados aspectos. Em outros termos, restringiu-se a tratar das funções, dos sistemas e de todos os outros componentes que constituem a matéria física, em suas particularidades e especialidades.

Nos últimos anos, no entanto, principalmente na última década, estudos e pesquisas têm-se sensibilizado no sentido de voltar sua atenção para outros enfoques, e a própria Ciência passou a buscar entender o homem sob outros aspectos. Esta nova lógica de interpretação está, finalmente, em desenvolvimento, sob a responsabilidade de estudiosos que, em diversos campos do saber, seja na área científica, tecnológica ou das ciências humanas, buscam referir-se às questões que envolvem o ser humano, sob novas bases de conhecimento. A terapia holística inclui-se entre estes novos saberes.  Particularmente, visa buscar a saúde e a qualidade de vida contemplando o ser humano como um todo, que é o que significa o termo ‘holístico’, palavra proveniente do étimo grego ‘holos’ (todo).

Assim, nos termos de Pierre Weil (1990), poderíamos dizer que “uma visão holística do homem é uma visão que se refere ao conjunto, ao todo, em suas relações com as partes, à inteireza de todos os seres”.

Em 1931, na primeira edição do livro “O segredo da flor de ouro”, escrito em parceria com Wilhelm, Jung já alertava para as questões que envolviam os estudos científicos na interpretação do homem:

A ciência não é um instrumento perfeito, mas nem por isso deixa de ser um utensílio excelente e inestimável, que só causa dano quando é tomado como um fim em si mesmo. A ciência deve servir e erra somente quando pretende usurpar o trono. Deve, inclusive, servir às ciências adjuntas, pois devido a sua insuficiência, e por isso mesmo, necessita de apoio das demais. A ciência é um instrumento do espírito ocidental e com ela se abrem mais portas do que com as mãos vazias. É a modalidade da nossa compreensão e só obscurece a vista quando reivindica para si o privilégio de constituir a única maneira adequada de apreender as coisas. (2001,24)

Este enfoque sobre a visão do científico e do homem impulsiona os aspectos teóricos fundamentais da terapia holística. Colocarmos a ciência ao lado e não adiante nem atrás na análise do conhecimento do homem é, a nosso ver, cumprir adequadamente a função de prestigiar o enfoque holístico sobre as questões universais. É, assim, agrupar, nas palavras de Weil (1990, 27), os quatro campos do conhecimento moderno (arte, religião, ciência e filosofia), tornando possível reunir as funções psicológicas no plano individual, através de terapias ocidentais e orientais e admitir uma abordagem holística do real através:

  • da transformação individual graças à identificação e à dissolução dos obstáculos do plano humano;
  • do fornecimento de um apoio para a transformação cultural no plano da sociedade a partir de uma harmonia entre o homem e todos os outros seres;
  • do retorno a uma relação harmoniosa com a natureza e o universo em geral.

Pautando-se nestes princípios e sem a intenção de substituir os métodos tradicionais, os estudos que envolvem a terapia holística propõem apresentar possibilidades de descrever, analisar e cuidar do ser humano, buscando entender, restaurar ou preservar sua saúde e a qualidade de vida.

É sob esta visão que vemos enquadrar-se o terapeuta holístico. Para alcançar este objetivo, o trabalho do terapeuta junto a seu cliente é o de perceber continuamente o conflito mental ou emocional mais evidente e buscar os recursos que possam ajudá-lo a superar este estado e, ao mesmo tempo que estimula a sua coragem de recuperar-se, deixar que a força interior do próprio cliente atue sobre ele mesmo, pois “todo verdadeiro conhecimento vem apenas de dentro de nós mesmos, através da comunicação silenciosa com a alma” (Bach, 1991, 197).

 Todas essas questões que tratam direta ou indiretamente da busca pelo conhecimento de si mesmo encontram, na terapia holística, uma força complementar para a transmutação de estados energéticos mentais e emocionais que são a sede do equilíbrio interior. O ser humano, como tudo na natureza é composto de energia e, por isso, está em constante troca com o ambiente que o cerca. Os padrões energéticos tanto do indivíduo quanto do ambiente que o cerca influenciam-se mutuamente podendo provocar tanto desarmonia e conflito quanto harmonia e desenvolvimento interior. Os corpos mais sutis, responsáveis pelos padrões dos níveis mental e emocional, funcionam em constante mutação, o que provoca uma constante transformação da energia. O que determina a qualidade dessa transformação é a qualidade dos pensamentos e das emoções geradas pela pessoa. Assim, a terapia holística procura recursos que ajudem os indivíduos no resgate ou na manutenção de padrões mais harmônicos que possam beneficiar e facilitar a recuperação ou manutenção do equilíbrio interior.

Os artigos que pretendo postar neste blog tratarão da análise e da extensão desse conhecimento, propiciando ao leitor, sempre que assim o desejar, a observação, a análise e a qualificação desse saber.

 Referências bibliográficas

  1. BACH, Edward. A terapia floral: escritos selecionados de Edward Bach – sua filosofia, pesquisas, remédios, vida e obra. São Paulo, Ground, 9 ed., 1991.
  2. JUNG, C. et WILHELM, R. O segredo da flor de ouro.Petrópolis, Vozes, 11 ed., 2001.
  3. WEIL, Pierre. Holística: uma nova visão e abordagem do real. São Paulo, Palas Athenas, 1990.
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